Ademir Ramos (*)
O que leva um camaradinha a se proclamar candidato a vereador de um determinado Partido Político. Tem gente que acha que pela quantidade de seguidores que tem nas redes sociais está credenciado a concorrer uma cadeira na Câmara Municipal. Outros apostam no trabalho de formiguinha que faz junto às comunidades, Associações, Igrejas ou Movimentos Sociais. Mas, tem aqueles que se comportam como “papagaio de pirata”, em sendo assessor de um determinado político e por aparecer nas fotos com ele passa acreditar que ganhou a simpatia do povo. Ainda tem outros que agem sem máscara, cai em campo para tirar um troco ou quem sabe garantir um cargo num determinado gabinete do eleito, são os candidatos enrustidos porque se comportam muito mais como cabo eleitoral de terceiros, em sendo mulher é mais complicado porque tal recurso é rubricado e não tendo voto a candidata pode ser acusada criminalmente como laranja.
QUANTO AO MÉTODO: Nos estudos clássicos você pode fazer uma categorização dessas candidaturas fincadas no particular e no geral. No particular o Partido Político deva dar guarida aos candidatos que tem um vinculo orgânico com as comunidades, Igrejas, com os núcleos de base, com segmentos educação, saúde, transporte, trabalho ou movimentos populares. Essas candidaturas de raiz – orgânicas - às vezes carecem de visibilidade por essa razão, de imediato o Partido ou o próprio candidato deva investir nas mídias sociais e simultaneamente como um verdadeiro artesão, o Partido realiza o polimento desta obra estando de acordo com o regramento convencional, principalmente, em se tratando de um Partido Programático.
DO GERAL PARA O PARTICULAR: Situação essa quando o candidato tem uma prática intensa nas redes sociais sem ter uma base de identificação política. Às vezes o seu argumento é monossilábico pauta-se pelo ódio, quando não, movido pelo transtorno de manada – vai na onda. Nesse caso, o partido atua no sentido de orientar o agente a ler o Estatuto do Partido, quase sempre essas pessoas dominam com maior propriedade a narrativa jurídica tal como os fundamentalistas religiosos. Merecem maior atenção porque a sua exposição nas redes sociais é muito maior, podendo ser negativa ou positiva quanto ao voto. O importante é que tenha clareza das bandeiras que o Partido levanta e juntos possamos agregar valor a essas causas vinculando-as ao seu nome e a legenda da Agremiação. Podem ser monossilábico, idealista, legalista ou dogmático o que não podem ser é intransigente com os conteúdos programáticos do Partido. Por sua vez compete a direção da Agremiação saber trabalhar esta diversidade numa perspectiva democrática participativa, respeitando o candidato em atenção a captação do voto nas urnas.
OS SEM MÁSCARAS: São os candidatos movidos pelo determinismo econômico, não sabemos quando podemos contar com eles. Mas, existem e estão presentes no Partido, podem ser muito ou pouco depende da peneira da Legenda. Todo cuidado é pouco porque eles são capazes de mover montanhas para agradar o pretendente, são inconfiáveis tal como o lumpensinato, não tem Pátria, Partido e Ética, o que eles querem é se dar bem, quando conseguem o intento tratam todos como otários e o Partindo é apenas um detalhe.
Os desafios são grandes por esta razão a direção do Partido, necessariamente, tem que trabalhar de forma articulada com as demais lideranças da Agremiação instituindo critérios objetivos para convencionar seus candidatos para o próximo pleito. Alguns montam processos devidamente instruídos outros apostam apenas na retórica do candidato. Este ano as Convenções Partidárias serão virtuais em alguns municípios a exigir da direção do Partido Político mais atenção afastando de imediato o corporativismo, o compadrio e o mercantilismo político em respeito ao eleitor e a qualidade da nossa ordem Democrática.
(*) É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui, do núcleo de cultura política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da Ufam.