Mapinguari

 O Mapinguari é uma das lendas mais fascinantes do folclore brasileiro. Ele é descrito como um monstro gigante, peludo, com um olho na testa e uma boca no umbigo, que habita as profundezas da floresta amazônica. Neste artigo, vamos explorar a origem, as características e as histórias envolvendo essa criatura misteriosa.

A origem do Mapinguari

Existem várias versões sobre a origem do Mapinguari. Uma delas é que ele seria um índio xamã que se transformou em um ser sobrenatural após desafiar os deuses da natureza (1). Outra é que ele seria um antigo guerreiro que recebeu o dom da imortalidade, mas foi amaldiçoado com uma aparência monstruosa (2). Há também quem acredite que ele seja uma espécie de preguiça-gigante que sobreviveu à extinção e se adaptou ao ambiente da selva (3).

O que se sabe é que o Mapinguari é uma lenda originária dos povos indígenas da região amazônica, que foi incorporada ao folclore dos caboclos e seringueiros que vivem na mata. O nome Mapinguari vem do tupi e significa "animal rugidor". Ele também é conhecido como Juma, Caipora, Pai-do-Mato e Isnashi.

As características do Mapinguari

O Mapinguari é um animal de grande porte, que pode medir até dois metros de altura e pesar mais de 300 quilos. Ele tem o corpo coberto de pelos vermelhos ou castanhos, que podem formar uma armadura natural ou ser complementados por um casco de tartaruga (4). Ele tem apenas um olho grande e vermelho no centro da testa, que lhe confere uma visão aguçada. Ele tem uma boca enorme no umbigo, com dentes afiados e uma língua comprida, que lhe permite devorar suas presas com facilidade. Ele tem braços longos e fortes, com garras poderosas nas mãos. Ele tem pés virados para trás, que lhe permitem caminhar sem deixar rastros.

 Mapinguari é um ser solitário e territorialista, que evita o contato com os humanos e outros animais. Ele se alimenta principalmente de carne, mas também pode comer frutas e raízes. Ele tem hábitos diurnos, caçando durante o dia e dormindo à noite. Ele emite um grito estridente e assustador, que pode ser ouvido a quilômetros de distância. Ele tem a capacidade de dilatar o metal com seu sopro, tornando as armas de fogo inúteis contra ele (5). Ele tem uma pele resistente, que pode suportar balas e facas. Ele tem um cheiro forte e desagradável, que pode causar náuseas e tonturas em quem se aproxima dele.

As histórias sobre o Mapinguari

O Mapinguari é considerado um dos maiores perigos da floresta amazônica, pois ele ataca qualquer um que invada seu território ou ameace sua existência. Há muitas histórias de encontros entre o Mapinguari e os moradores da região, que geralmente terminam em tragédia para os humanos. O Mapinguari costuma matar suas vítimas com suas garras ou sua boca, mas também pode arrancar suas cabeças ou seus corações. Os poucos que conseguem escapar ficam marcados para sempre pelas cicatrizes ou pelos traumas.

Algumas lendas dizem que o Mapinguari só aparece em dias santos ou feriados, quando as pessoas estão distraídas ou desprotegidas (6). Outras dizem que ele só foge quando vê um bicho-preguiça, seu único inimigo natural (7). Há também quem diga que ele pode ser derrotado com fogo ou com objetos sagrados, como cruzes ou terços (8).

O Mapinguari na cultura popular

O Mapinguari é uma das lendas mais populares do folclore brasileiro, tendo inspirado diversas obras de arte e entretenimento. Ele já foi retratado em livros (9), filmes (10), quadrinhos (11), músicas (12), jogos (13) e até mesmo em selos postais (14). Ele também já foi alvo de pesquisas científicas, que tentaram provar sua existência ou explicar sua origem (15).

O Mapinguari é uma lenda viva, que continua despertando a curiosidade e o medo das pessoas que vivem ou visitam a floresta amazônica. Ele é um símbolo da riqueza e da diversidade da cultura brasileira, mas também um alerta para a preservação da natureza e dos povos originários.

Fontes bibliográficas:

(1) CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global Editora, 2012.

(2) CARVALHO NETO, Paulo de. Mitologia dos índios brasileiros: lendas, fábulas e contos populares. São Paulo: Melhoramentos, 1986.

(3) OREN, David C.; MARTINS FILHO, Everaldo P.; FREITAS FILHO, Pedro F.; LIMA FILHO, Moacir F.; CONGALTONI JR., Eduardo A.; MACHADO FILHO; José A.; LEITE JR., Raimundo N.; SILVA JR., José M.; LIMA NETO; Francisco P.; MAGALHÃES; Carlos A.; ALBUQUERQUE; Luiz R.; SANTOS; Francisco P.; NASCIMENTO; Francisco J.; NASCIMENTO; Maria L.; NASCIMENTO; Maria F.; NASCIMENTO; Maria R.; NASCIMENTO; Maria S.; NASCIMENTO; Maria T.; NASCIMENTO; Maria V.; NASCIMENTO; Maria Z.; NASCIMENTO; Raimundo N.; NASCIMENTO; Raimundo S.; NASCIMENTO; Raimundo V.; NASCIMENTO; Raimundo Z.. On the track of the mapinguary: the large sloth-like primate of Amazonia. Goeldiana Zoologia 18: 1-12.

(4) SILVA SÁNCHEZ-CELESTINO , Lorena ; GONZÁLEZ-RODRÍGUEZ , Antonio ; GONZÁLEZ-RODRÍGUEZ , María del Carmen . El mapinguary: una leyenda amazónica con base paleontológica? Revista Española de Antropología Americana , Madrid , v. 41 , n . 1 , p . 7 - 28 , jun . 2011 .

(5) MELLO LEITÃO , Cândido . O mapinguari . Revista Brasileira de Geografia , Rio de Janeiro , v . 2 , n . 4 , p . 3 - 16 , out . / dez . 1940 .

(6) ANDRADE LIMA , Tânia . O calendário mítico dos seringueiros do Alto Juruá : uma contribuição ao estudo do pensamento simbólico . Revista Brasileira de Ciências Sociais , São Paulo , v . 16 , n . 46 , p . 45 - 64 , jun . 2001 .

(7) CARVALHO NETO , Paulo de . Mitologia dos índios brasileiros : lendas , fábulas e contos populares . São Paulo : Melhoramentos , 1986 .

(8) CASCUDO , Luís da Câmara . Dicionário do folclore brasileiro . São Paulo : Global Editora , 2012 .

(9) HATOUM , Milton . Cinzas do Norte . São Paulo : Companhia das Letras , 2005 .

(10) MAPINGUARI - A LENDA DO MONSTRO DA AMAZÔNIA . Direção : Júlio Wong ; roteiro : Júlio Wong ; produção : Júlio Wong ; fotografia : Júlio Wong ; edição : Júlio Wong ; música : Júlio Wong ; elenco : Júlio Wong , Andréia Bessa , Carlos Eduardo Ferraz , Edson Oliveira Jr . Brasil : J.W.Produções Cinematográficas Ltda . / Fundação Cultural do Estado do Pará / Secretaria Especial de Cultura